Errar é humano...
Já me prestei a criticar a seleção dos árbitros no Campeonato Brasileiro e já não agüento mais testemunhar absurdos na Copa do Mundo. No post do ano passado, eu afirmei que Ricardo Teixeira era o presidente da comissão de arbitragem da Fifa. Errei. É vice-presidente. No mundial de 2002 houve a escalação de um árbitro para um jogo do Brasil que, por 'sugestão' da nossa cartolagem, foi logo substituído. Fomos campeões com a ajuda do princípio in dubio pro Brasilia. Neste mundial, desde o momento da definição de nosso adversário nas oitavas-de-final, surgiu o boato de que o árbitro selecionado para a partida seria um eslovaco severo e disciplinador. Lembremos somente duas coisas: 1) Gana foi a equipe que mais cometeu faltas na primeira fase, e, 2) os árbitros ficam confinados e não podem conceder entrevistas. Dentre todos os possíveis, o boato confirmou-se quando do anúncio oficial.
Nesta Copa do Mundo o princípio in dubio pro nobis foi largamente utilizado no jogo Brasil x Austrália. Ronaldo recebe a bola em impedimento - fora de jogo - off sides, passa para Adriano que finaliza com perfeição.
Se os erros fossem só a favor do Brasil não poderíamos pensar tendência, teríamos que admitir o favorecimento intencional. Acontece que os erros repetidos apresentam um padrão que revela a tendência, consciente ou não, de beneficiar as chamadas seleções com tradição em copas do mundo em detrimento das chamadas 'zebras'.
Costa do Marfim foi prejudicada com duplo erro de arbitragem. A Tunísia foi desclassificada na sua última partida porque não teve um pênalti legítimo assinalado a seu favor e teve um inexistente marcado contra. Gana classificou-se a despeito da não-marcação de dois pênaltis a seu favor no jogo que acabou perdendo para a Itália. E a Austrália, que já havia sido prejudicada contra o Brasil, foi desclassificada hoje por um pênalti inexistente aos 48 min do segundo tempo.
Errar sempre para o mesmo lado demonstra a tendência dos árbitros a reforçar a tradição de algumas seleções e manter as zebras fora de campo. In dubio pro traditio. (Não quero nem pensar que possa haver interesse econômico nos patrocínios, etc.)
Só espero que a seleção brasileira vença Gana na bola, sem qualquer ajuda que venha a nos envergonhar.