segunda-feira, junho 26, 2006

Errar é humano...

Errar é humano. Errar sempre para o mesmo lado é, no mínimo, tendencioso.

Já me prestei a criticar a seleção dos árbitros no Campeonato Brasileiro e já não agüento mais testemunhar absurdos na Copa do Mundo. No post do ano passado, eu afirmei que Ricardo Teixeira era o presidente da comissão de arbitragem da Fifa. Errei. É vice-presidente. No mundial de 2002 houve a escalação de um árbitro para um jogo do Brasil que, por 'sugestão' da nossa cartolagem, foi logo substituído. Fomos campeões com a ajuda do princípio in dubio pro Brasilia. Neste mundial, desde o momento da definição de nosso adversário nas oitavas-de-final, surgiu o boato de que o árbitro selecionado para a partida seria um eslovaco severo e disciplinador. Lembremos somente duas coisas: 1) Gana foi a equipe que mais cometeu faltas na primeira fase, e, 2) os árbitros ficam confinados e não podem conceder entrevistas. Dentre todos os possíveis, o boato confirmou-se quando do anúncio oficial.

Nesta Copa do Mundo o princípio in dubio pro nobis foi largamente utilizado no jogo Brasil x Austrália. Ronaldo recebe a bola em impedimento - fora de jogo - off sides, passa para Adriano que finaliza com perfeição.

Se os erros fossem só a favor do Brasil não poderíamos pensar tendência, teríamos que admitir o favorecimento intencional. Acontece que os erros repetidos apresentam um padrão que revela a tendência, consciente ou não, de beneficiar as chamadas seleções com tradição em copas do mundo em detrimento das chamadas 'zebras'.

Costa do Marfim foi prejudicada com duplo erro de arbitragem. A Tunísia foi desclassificada na sua última partida porque não teve um pênalti legítimo assinalado a seu favor e teve um inexistente marcado contra. Gana classificou-se a despeito da não-marcação de dois pênaltis a seu favor no jogo que acabou perdendo para a Itália. E a Austrália, que já havia sido prejudicada contra o Brasil, foi desclassificada hoje por um pênalti inexistente aos 48 min do segundo tempo.

Errar sempre para o mesmo lado demonstra a tendência dos árbitros a reforçar a tradição de algumas seleções e manter as zebras fora de campo. In dubio pro traditio. (Não quero nem pensar que possa haver interesse econômico nos patrocínios, etc.)

Só espero que a seleção brasileira vença Gana na bola, sem qualquer ajuda que venha a nos envergonhar.

domingo, junho 25, 2006

Portugal no ápice

Eusébio disse que Felipão é o rei de Portugal. Se é um exagero, só demonstra a grandeza do feito.

Luiz Felipe é, na verdade, o rei do vestiário. Acho que conseguiu incendiar os jogadores, como já fizera com os do Grêmio e com os da Seleção Brasileira de 2002, a ponto de levá-los a igualar o feito de Eusébio e seus companheiros.

Tudo agora está além do peso da responsabilidade e os portugueses voarão contra a Inglaterra, que os espera por mar, e, quem sabe, farão contra nós a ante-sala da final. Não desejo nada menos do que isso, enfrentar Portugal - para a glória ou para o consolo de continuar torcendo em português.

Vida longa ao rei!

sexta-feira, junho 23, 2006

Brasil 4 x 1 Japão




Vamos combinar uma coisa? Gol de barriga também vale!

Muito obrigado pela apresentação, pela emoção de sair perdendo, pelo Cicinho que deu o passe para o primeiro gol, pelo Juninho que fez o segundo, pelo Gilberto que fez o terceiro. Agradeço também pela insistência com o Ronaldo que fez seus dois gols. Mas agora chega! Eu torci desesperadamente para que o nosso pré-recordista fizesse o terceiro gol, batesse o Gerd Müller, pois assim o Parreira estaria livre para retirá-lo do time.

Não custa sonhar, não é mesmo?

Sei que o Parreira não vai tirar o Ronaldo. É bem pior. O time está armado em função dele. Ronaldinho, Kaká, Cafu e Roberto Carlos a serví-lo. Adriano, seu reserva de luxo. Sim, Ronaldo tinha um reserva em campo, alguém de sua posição, com as mesmas características, caso quisesse descansar um pouco durante a partida. O famoso quadrado, 2 armando e 2 concluindo. Acontece que Adriano não estava ajudando muito nem na marcação nem na criação de jogadas e assim Robinho rouba-lhe o lugar (se não estiver lesionado). Isso já melhora um pouco o ataque porque teremos 3 armando (e também concluindo) e 1 parado. Tirar o Ronaldo seria reestrurar todo o time e sei que não temos mais tempo para isso. Por isso vamos com ele, para onde quer que nos leve.

Vamos acordar uma última coisa? Não tomemos o jogo contra o Japão como parâmetro. Terça-feira não teremos o mesmo adversário, não teremos a mesma escalação, não haverá a mesma pressão.

Não é só a vontade de Gana (que lhe dá nome) que a diferencia do Japão; é a virilidade da marcação exercida por seus jogadores. Gana é mais que Croácia, mais que Austrália, e 3x mais que Japão. Só não foi 1º lugar no seu grupo porque Carlos Simon, nosso representante na arbitragem, sonegou-lhe dois pênaltis no jogo contra a Itália. Gana é mais que a Itália. Não tem tradição, é verdade, mas até isso conta a seu favor: se perderem, perderam para o Brasil, e se ganharem, fazem história.

Torço por uma vitória no tempo normal mas, se fosse proposto, aceitaria de bom grado que fôssemos direto para os pênaltis.

domingo, junho 18, 2006

Brasil 2 x 0 Austrália




O dois a zero marca a pequena evolução do nosso futebol.

Eu vi alguma fluidez nas jogadas do nosso 'quadrado mágico' no primeiro tempo, mas vi alguns escorregões que não consigo esquecer. O mesmo Ronaldo que puxou a bola perfeita para o chute de Kaká errou em bola. Ronaldinho distribuiu o que pôde, neste esquema que o distancia da área, e quando esteve perto do gol, pisou, literalmente, na bola. E Adriano, outra vítima do esquema que o desloca, pouca chance teve.

No segundo tempo, Nazário atraiu a marcação de três australianos e deixou Adriano no mano a mano. Havia impedimento no ínicio da jogada, e daí? Todos esperavam por uma boa jogada de Ronaldo, até a Fifa.

Robinho e Fred são mais rápidos do que Adriano e Ronaldo, sem dúvida, mas há outros aspectos que devem ser computados: Robinho é destro e quando joga pela direita tem duas opções, para dentro ou para o flanco, o que não acontece com Adriano que não tem pé direito e, uma vez marcado o corte para dentro, não lhe resta outra opção. Fred não atrai 1/3 da marcação de Ronaldo e não usamos o jogo aéreo que poderia lhe favorecer. Outra ilusão em relação aos reservas vem de sua entrada depois que o marcador já está aberto a favor do Brasil fazendo com que os adversários tenham que jogar-se ao ataque abrindo necessariamente mais espaço. Em jogo fechado não sei se eles teriam o mesmo rendimento.

A insistência com Ronaldo, que do modo como está até poderia servir a outras seleções, deixando de fora jogadores em melhores condições físicas e técnicas; o mau aproveitamento de Adriano; o desperdício de Ronaldinho como um antigo meia-armador; a falta de alternativas quando o meio está congestionado; tudo isso são méritos do Parreira. A mudança de alguns jogadores pode ajudar mas a mudança do esquema ajudaria mais.

Ainda assim, um a zero, dois a zero, não é absurdo esperar um três a zero sobre o Japão.

sexta-feira, junho 16, 2006

Céu e Inferno latino-americano




O céu estrelado tem o sexteto mágico argentino, não só pelo placar mas também pelo troar dos nomes: Sorín, Riquelme, Saviola, Crespo, Messi e Tevez.

O inferno fica com o Oscar Ruiz que prejudicou inapelavelmente a seleção da Costa do Marfim deixando de marcar pelo menos dois pênaltis. No blog do Juca, o gritedo é geral.

Só o México, sem brilho e sem ajuda da arbitragem, mantém os pés no chão.

Copa e Eleições 2006

Hoje encontrei outro representante da extrema direita que não se cansava de defender que a desclassificação precoce da Seleção Brasileira favoreceria o Brasil pois uma conquista no mundial poderia ser 'usada politicamente'.
Sem delongas, lembrei-lhe que a situação em 2002 não foi beneficiada - nem prejudicada - pelo pentacampeonato. A maior diferença entre os dois pleitos é que Lula já era candidato desde antes da Copa de 2002, e assim continua, ao passo que até agora não foi definido o seu adversário. Isso tem muito mais peso do que o resultado da Copa.
Diálogo de surdos. Sei que deveria ficar quieto, mas não consigo...

terça-feira, junho 13, 2006

Brasil 1 x 0 Croácia




O Felipão é defensivo e sabe disso. Pode-se reclamar disso, mas ninguém é enganado.
O Parreira pensa que é ofensivo, perde o meio campo, e acaba sem rendimento. Ele é defensivo e não sabe.
Vamos colaborar com o Ronaldo e encerrar a questão sobre o seu peso. Ele não está gordo, está lerdo e um pouco tonto. Espero que tenham coragem de tirar o Ronaldo e tenham a clareza de colocar o Juninho.

sexta-feira, junho 09, 2006

Coluna (In)Verte(bral)

Há dois dias o Tribunal Superior Eleitoral, em resposta a uma consulta, afirmou que a verticalização das coligações era válida para as Eleições de 2006, esclarecendo que os partidos coligados nacionalmente deveriam manter as alianças no âmbito estadual e que os partidos que não tivessem coligação nacional só poderiam coligar-se, nos estados, com outros que não tivessem.

Essa decisão, com todos os prós e contras, exigiria que os partidos políticos demonstrassem uma coerência nunca vista. Eles teriam que formar alianças a partir de afinidades programáticas e não simplesmente por oportunismo eleitoral. O PMDB, por exemplo, até poderia ser novamente chamado de 'partido' pois teria alguma espinha dorsal que o estruturasse.

Ouvindo os clamores e apelos, o Ministro Marco Aurélio reconsidera e ainda pede desculpas; inverte a decisão deixando que siglas sejam facilmente partidas como moluscos invertebrados. O próprio TSE mostrou sua flexibilidade.

Nossos pragmáticos de plantão dizem: "Para quê coerência? O importante é chegar no (manter o) poder!".

(Pra não dizer que não falei de política no mês da Copa.)

quarta-feira, junho 07, 2006

Comecei a beber cerveja

Comecei a beber cerveja no Buteco do seu Heitor.

segunda-feira, junho 05, 2006

Bolão - Copa 2006




Em época de Copa do Mundo, além dos debates sobre a possibilidade de responsabilização objetiva do empregador em caso de assédio sexual, também debatemos coisas importantes como a logística (tv, comes, bebes, folga) para a assistir o maior número de jogos possível. Em 2002, tabela digital era a novidade. Baixava-se da internet e íamos atualizando jogo a jogo, dia a dia. Hoje as tabelas estão atualizadas na rede e isso perdeu a graça. Para mim a grande novidade são os bolões virtuais, especialmente os gratuitos. O Bolão da Adidas é sensacional. Além de apostar em todas as partidas da Copa, é possível alterar a aposta até 2h antes do jogo específico e também convidar amigos para um grupo selecionado.