O português padrão...

O português padrão (oficial) é o daqui de Lisboa; não do sul, nem do norte, muito menos das ilhas. Os fora do padrão são considerados dialetos e são objetos de estudos levando em conta as suas variações em relação ao padrão.

Não vou fazer análises fonéticas nem sintáticas para comparar o nosso portupiniquinguês com o padrão. Só a diferença de vocabulário já impressiona:

(Porto Alegre) Vou comer uma a la minuta no buteco porque, se der, eu gostaria de ir ao Centro antes de...

(Lisboa) Vou comer um bitoque na tasca pois, se calhar, eu gostava de ir à Baixa antes de...

Entre o Bairro Alto e a Mouraria

Não é à toa que o símbolo do Bairro Alto em alguns mapas da cidade de Listoa é uma viola portuguesa, que acompanha juntamente com um violão o fado doído.

A Mouraria também é um recanto cantado e recontado do fado, mas quando entrei no Restaurante 'Já disse' e ouvi uma 'senhoura' a cantar: "E com a razão perdida há quem leve a vida inteira a bailar com a própria vida": decidi senta(iere) e come(iere).

Depois ouvimos o senhor João Casanova a cantar
'Fiz minha cama no vento' (Letra João Martins - Música Pedro Rodrigues)

Trecho...

"Mesmo quando ela estava em silêncio, olhava para o seu rosto e era capaz de ouvir a sua voz. O som de veludo, apaziguador, confortárvel, sincero, vivo da sua voz encontrava formas de entrar no interior do meu tempo, no meu próprio interior. Ao fazê-lo, o corpo dessa voz encontrou o tremendo espaço de uma pessoa totalmente vazia: um passado coberto por dúvidas, um presente vago, um futuro que então não existia. E parecia-me nada o pouco que já era: quilómetros e minutos: as pernas a tentarem destruir o mundo de uma maneira que os meus braços não eram capazes. Por isso, a voz dela crescia dentro"

(José Luis Peixoto, O Cemitério de Pianos, pág. 125-6)

Campo(s e colinas) de Ourique

Há na história de Portugal um lugar incerto. Os historiadores ainda não chegaram a um acordo sobre a sua real localização: Campo de Ourique. O importante para todo o sempre é que nesse campo, antes de tomar de Lisboa, o exército de Dom Affonso Henriques, fundador de Portugal, teria vencido uma batalha contra cinco reis mouros. Um feito heróico que até hoje está marcado na bandeira deste país com as cinco torres que desde então estão em todas as suas configurações.

Mítico ou não, o nome Campo de Ourique batizou um bairro de Lisboa, que não é um campo mas uma colina. No topo desta colina, há a Casa Fernando Pessoa, onde o poeta viveu, onde encontramos a cômoda sobre a qual ele constumava debruçar-se para escrever, onde sua biblioteca pessoal está exposta, e outras coisas mais.

Há também, por ali, um bom restaurante de bairro, chamado Trempe, onde pode-se comer, beber e matar a saudade dos amigos.

Benfica, a Luz e a iluminação

Andava eu no Largo da Luz, Igreja e Ermitério desde 1500, caminhando calmamente, quando olhei morro abaixo e vi o que os 'aficcionados' do Benfica chamam de "Catedral". Vermelho e Branco à luz do meio-dia: iluminação: o óbvio ululante: sou e sempre fui Benfica. O Porto é azul e está, ainda bem, a 300 Km daqui. O Sporting está muito próximo mas é alviverde...
O resto é pura identificação, ingressos, jogo, torcida... e saudades do Beira-Rio.

Lisboa e Roma (2a. Temporada)

Estou adorando Lisboa mas continuo viciado em Roma (2a. Temporada).

Afonso Henriques e a tomada do Castelo

Lisboa não era mais que o Castelo, hoje chamado 'de São Jorge', e alguma coisa ao redor quando o inventor de Portugal o tomou dos mouros por volta de 1150 com a ajuda de muitos cruzados da Inglaterra e da França que passavam por aqui a caminho da terra-santa e resolveram ajudar um rei católico a retomar parte da Ibéria dos infiéis. Lisboa continua sendo o seu Castelo e tudo o mais ao redor.

A menina e a Baixa

Veio ter comigo, numa rua da Baixa, uma menina que corria os pombos e isso era mais que suficiente.