sábado, novembro 05, 2005

A valsa vienense - Shadowlands


Tenho sentido tonturas. 'Tontura não é nada, é fraqueza', alguns dizem. 'Tontura não é doença'. Às vezes a tontura é forte o suficiente para me fazer sentar; recostar. Há um mês, foi forte o suficiente para eu perder o controle e bater o carro. Mas 'tontura é normal'.
Acho que estou sofrendo de dois tipos de tontura: uma física, por fraqueza, má alimentação; outra psíquica, causada pela pressa do mundo.
Estar fraco, levantar-se rápido e sentir-se tonto 'é normal'. Estar parado, deitado, e sentir-se tonto ao passar as idéias em rápida revista é sucumbir à velocidade do mundo.
Meus olhos ardem na penumbra recôndita - sem sol, nem ventania - a ponto de sentir-me obrigado a fechá-los.
E assim, com os olhos fechados, prostrado, com as mãos crispadas em vão, não me resta nada a fazer a não ser entregar-me a esta hecatombe de idéias e dançar a valsa vienense neste torvelinho que atravessa a madrugada...

1 Comentários:

At 05 novembro, 2005 10:52, Blogger Harriet disse...

Para dançar a valsa vienense é preciso, talvez, entregar-se à "tontura" e permitir o poeta, a si mesmo, se deixar navegar ao ritmo da música. Se tudo é muito mais rápido do que aparentemente podemos assimilar, é que talvez seja necessário o poeta voltar a si mesmo, e ditar o ritmo, ele próprio, das danças da sua vida...

 

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