Soneto CIX
O! never say that I was false of heart,
Though absence seem'd my flame to qualify,
As easy might I from my self depart
As from my soul which in thy breast doth lie:
That is my home of love: if I have rang'd,
Like him that travels, I return again;
Just to the time, not with the time exchang'd,
So that myself bring water for my stain.
Never believe though in my nature reign'd,
All frailties that besiege all kinds of blood,
That it could so preposterously be stain'd,
To leave for nothing all thy sum of good;
For nothing this wide universe I call,
Save thou, my rose, in it thou art my all.
(Shakespeare)
Though absence seem'd my flame to qualify,
As easy might I from my self depart
As from my soul which in thy breast doth lie:
That is my home of love: if I have rang'd,
Like him that travels, I return again;
Just to the time, not with the time exchang'd,
So that myself bring water for my stain.
Never believe though in my nature reign'd,
All frailties that besiege all kinds of blood,
That it could so preposterously be stain'd,
To leave for nothing all thy sum of good;
For nothing this wide universe I call,
Save thou, my rose, in it thou art my all.
(Shakespeare)
Nunca me digas falso o coração,
se parece que ausência altera a chama;
fora de mim a mim separação,
como desta alma que em teu peito acama.
É-me casa de amor, se errante andei
e como quem viaja ora regresso
ainda a tempo, co tempo não mudei,
e a lavar minhas manchas já começo.
Nem creias, muito embora em mim reinasse
toda a fraqueza dando o sangue engodo,
que sem sentido o sangue aviltasse
e eu trocasse por nada o teu bem todo.
E no vasto universo a nada aludo,
Salvo a ti minha rosa que me és tudo.
(Tradução: Vasco Graça Moura)
se parece que ausência altera a chama;
fora de mim a mim separação,
como desta alma que em teu peito acama.
É-me casa de amor, se errante andei
e como quem viaja ora regresso
ainda a tempo, co tempo não mudei,
e a lavar minhas manchas já começo.
Nem creias, muito embora em mim reinasse
toda a fraqueza dando o sangue engodo,
que sem sentido o sangue aviltasse
e eu trocasse por nada o teu bem todo.
E no vasto universo a nada aludo,
Salvo a ti minha rosa que me és tudo.
(Tradução: Vasco Graça Moura)