sábado, setembro 03, 2005

Sussuros - Literaturnost

Houve um tempo de voz; um tempo de homens loquazes.

As vozes troantes retumbavam com perseverança e futuro.

As idéias transitavam através da sala; ora como flecha, ora como pluma.

Num pequeno quarto estavam depositadas novas certezas, tecidas ao som das palavras. Outros termos eram cunhados e levados ao fogo.

Agora é um tempo calado; um tempo de homens calados.

Tudo transcorre em sussurros...

Algumas idéias, mais rebeldes, são abafadas pela solidão.

Já não há depósito, tecitura, forja ou calor; já não há ouvidos...

Quando não se tem voz, sussurra-se ao papel,

que surdo nada entende
mas, como muitos, aceita.

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