Sussuros - Literaturnost
Houve um tempo de voz; um tempo de homens loquazes.
As vozes troantes retumbavam com perseverança e futuro.
As idéias transitavam através da sala; ora como flecha, ora como pluma.
Num pequeno quarto estavam depositadas novas certezas, tecidas ao som das palavras. Outros termos eram cunhados e levados ao fogo.
Agora é um tempo calado; um tempo de homens calados.
Tudo transcorre em sussurros...
Algumas idéias, mais rebeldes, são abafadas pela solidão.
Já não há depósito, tecitura, forja ou calor; já não há ouvidos...
Quando não se tem voz, sussurra-se ao papel,
que surdo nada entende
mas, como muitos, aceita.
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